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Cardiologistas distribuem frutas no Dia Mundial contra a Diabetes

Com apoio da CEAGESP e da CPTM, a Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC – vai promover a distribuição de frutas no dia 13 de novembro, como parte da campanha para prevenção e controle do diabetes. A iniciativa dos cardiologistas será feita em apoio à Sociedade Brasileira de Diabetes, pois essa doença é o terceiro maior fator de risco para os problemas cardiovasculares, como infarto e derrame.

Em São Paulo, a ação da Sociedade de Cardiologia vai se centrar na estação Barra Funda da CPTM, onde os passageiros poderão fazer testes de glicemia, de nível de colesterol, de triglicérides e medida a circunferência abdominal, pressão arterial e, além de frutas, vão receber folhetos explicativos.

A iniciativa abrange os demais Estados, como no Rio de Janeiro, onde convênio semelhante com a CEASA também foi feito e inclui a distribuição de frutas para incentivar a população a consumir mais frutas, hortaliças e legumes e dando preferência aos alimentos frescos e evitar os industrializados. Já nas Unidades Básicas de Saúde a campanha será para que os médicos esclareçam sobre os riscos do diabetes, a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, além das ações de prevenção da doença e da promoção de saúde.

O diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da SBC, Carlos Alberto Machado, explica que atualmente 50% da população brasileira já tem sobrepeso ou é obesa, o que propicia o surgimento do diabetes, que é importante fator de risco cardíaco. “O maior fator de risco para o infarto é a hipertensão, seguida por ordem de importância pelo tabagismo, pelo diabetes, pelo sedentarismo, sobrepeso e finalmente excesso de colesterol”. Como estratégia da Campanha do Diabetes em que o tema é "Proteger Nosso Futuro", foi feita uma aula para os médicos que atuam na atenção básica, UBSs, e uma cartilha sobre a doença, para a população, que foi enviada para todos o Conselhos de Secretários Municipais de Saúde – COSEMSs de todo o Brasil.

O médico lembra, porém, que se alguém tem mais de um fator de risco, o risco cardíaco não é somado, mas multiplicado e, portanto, a melhor maneira de prevenir o infarto e o AVC é reduzir os riscos. A recomendação é eliminar frituras, ainda muito presentes na alimentação do brasileiro, ingerir menos carboidratos, de que o arroz e o pão são exemplos e aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras. A mudança alimentar tem custo baixo e imenso benefício para a saúde das pessoas, o que significa que se as campanhas tiverem êxito, a médio prazo o Brasil há de registrar menor número de ocorrências cardiovasculares.

Carlos Alberto reconhece que mudar os hábitos alimentares é difícil, mas acredita que é possível, haja vista a recente redução da quantidade de sal nos produtos industrializados e o fato de que em alguns bares e lanchonetes já começam a ser oferecidos saquinhos de batata chip assada e não frita. “Isso é importante porque com menos fritura haverá menos obesidade. O objetivo é reduzir principalmente a gordura abdominal, na altura da cintura, que leva à resistência à insulina e por um processo complexo acaba levando ao diabetes e ao aumento do nível do colesterol e da pressão arterial”.

O Brasil tem hoje 12 milhões de diabéticos, segundo a SBC, grande parte dos quais nem sequer sabe que tem a doença, por isso a promoção dos testes na estação da CPTM. “A glicemia ótima é abaixo de 100”, diz Carlos Alberto, e a hemoglobina glicada deve estar entre 5,5 a 6,4. Acima desse nível alguém já é considerado diabético. A boa notícia é que cada vez que alguém reduz em 1% a hemoglobina glicada, o risco cardiovascular cai em 20%.

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