Contudo, há
relatos que citam a presença desta planta no ano de 1587, quando o famoso Visconde
de Nassau veio para o Brasil trazendo um botânico chamado Pison – autor do
livro Histoire naturelle du Brésil, que
relatou o gengibre como planta indígena facilmente encontrado no campo, fato
que o levou a considerar a raiz simultaneamente brasileira e asiática.
Hoje, o gengibre
é cultivado principalmente áreas litorâneas, como Espírito Santo, Santa
Catarina, Paraná, e no sul de São Paulo, em razão das condições mais favoráveis
tanto de clima como de solo.
Apesar de
por aqui ele ser muito lembrado nas épocas de temperaturas mais baixas, quando
entra como ingrediente de bebidas quentes devido às suas propriedades
termogênicas (que ativam o metabolismo do organismo e potencializam a queima de
gordura corporal), em outras culturas o gengibre é muito utilizado para tratar
da saúde.
No Japão, usa-se
o óleo de gengibre para massagens no trato de problemas de coluna e
articulações. Na fisioterapia chinesa, essa raiz é chamada de "Gan
Jiang" e apresenta as propriedades acre e quente. Sua ação mais importante
é a de aquecer o baço e o estômago, expelindo o frio. É usada contra a perda de
apetite, membros frios, diarreia, vômitos e dor abdominal. Aquece os pulmões e
transforma as secreções.
Na Índia, a
medicina ayurveda (mãe da medicina tradicional) reconhece a ação dessa planta
sobre o sistema digestivo, sendo indicada para evitar enjoos e náuseas,
confirmando alguns dos seus usos populares, em que o gengibre é indicado na digestão
de alimentos gordurosos.
Possui uma
substância chamada gingerol, que tem propriedades antioxidantes e
anti-inflamatórias que protegem o organismo de bactérias e fungos. A raiz é rica
em vitamina B6, potássio, magnésio e cobre
Na
culinária, o gengibre é bastante usado por possui sabor picante e entrar tanto
em pratos salgados quanto nos doces e em diversas formas: fresco, seco, em
conserva ou cristalizado. O que não é recomendado é substituir um pelo outro
nas receitas, pois seus sabores são muito distintos: o gengibre seco é mais
aromático e tem sabor mais suave.
O gengibre
fresco é amplamente utilizado no países asiáticos. No Japão costuma-se usar o
suco do gengibre espremido para temperar frango e as conservas, feitas com os
rizomas jovens, que são consumidas puras ou com sushi. Já o gengibre
cristalizado é um dos confeitos mais consumidos no Sudeste Asiático.
No Ocidente,
em muitos países de língua inglesa, como nos Estados Unidos e Grã-Bretanha, a
raiz é um dos principais ingredientes para os famosos bonecos de gengibre,
muito consumidos no Natal.
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